Vale (VALE3) vê duas oportunidades de negócio na transição energética; confira
Companhia apresentou riscos, oportunidades e metas de descarbonização no Relatório de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade.

A Vale (VALE3) vê riscos, mas também duas oportunidades de negócio no processo de transição energética. Por isso, investiu R$ 7,4 bilhões em estratégias de descarbonização desde 2020, sendo R$ 1,3 bilhão em 2024.
🧾 As informações constam no primeiro Relatório de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade da Vale. O documento será exigido das companhias de capital aberto a partir de 2027. Contudo, começou a ser divulgado de forma antecipada pela Vale nesta segunda-feira (2).
"A Vale tem buscado desempenhar um papel de liderança na promoção de mudanças no setor de mineração, realizando progressos em nossos esforços de descarbonização, ao mesmo tempo em que busca apoiar a descarbonização de sua cadeia de valor", comentou o CEO da Vale, Gustavo Pimenta.
Para ele, "a gestão climática eficaz impulsiona valor nos negócios da Vale". Afinal, "as mudanças climáticas também desbloqueiam oportunidades significativas para a Vale, particularmente pela crescente necessidade de metais essenciais e insumos de alto teor para a produção de aço de baixa emissão".
Produtos de maior qualidade e menos emissões
A primeira "oportunidade climática" apontada pela Vale é o "aumento da procura por produtos e aglomerados de alta qualidade e maior eficiência, com potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa".
⚒️ Por isso, a companhia tem investido em "mega hubs" que possibilitam a produção de ferro e aço com menor intensidade de carbono, por meio do uso de matérias-primas com maior teor de ferro e menor nível de impurezas, por exemplo.
Nesse sentido, a mineradora anunciou no ano passado uma parceria com o grupo chinês Jinnan para a construção de uma planta de concentração de minério de ferro em Omã. Também há centros industriais planejados para locais como Emirados Árabes, Arábia Saudita, Estados Unidos e Brasil.
Para atingir uma produção mais limpa, a Vale ainda tem estudado oportunidades de economia circular nas suas operações, como o reaproveitamento de materiais e a otimização do processamento mineral para a redução de rejeitos. Uma dessas iniciativas é o projeto Novo Carajás, lançado no ano passado no Pará.
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Produção de minerais críticos
A outra "oportunidade climática" mapeada pela Vale é a "demanda crescente por níquel, cobre e outros metais para transição energética". Ou seja, minerais usados na produção de veículos elétricos, sistemas de energia solar e turbinas eólicas.
📈 Por isso, a companhia trabalha para aumentar a capacidade de produção sustentável da sua divisão de metais para transição energética, a Vale Base Metals. "Isso inclui acelerar as iniciativas de crescimento em cobre e otimizar nossos ativos de níquel existentes", comentou Pimenta.
Diante dessas oportunidades, o CEO da Vale disse ainda que os investimentos realizados em transição climática nos últimos anos "são fundamentais para garantir a criação de valor a longo prazo" e também "estrategicamente equilibrados pelo forte potencial de aumento de receita".
Riscos
No relatório, a Vale também reconhece, contudo, que as mudanças climáticas trazem riscos para a empresa, incluindo riscos financeiros, operacionais e reputacionais.
💲 A companhia pode, por exemplo, ter que arcar com custos maiores devido a regulamentações relacionadas às emissões de gases de efeito estufa.
A Organização Marítima Internacional, por exemplo, já decidiu taxar as emissões do transporte marítimo a partir de 2028 para incentivar o uso de combustíveis mens poluentes. A medida, no entanto, pode elevar os custos de frete de empresas como a Vale.
Além disso, condições climáticas extremas podem afetar a estrutura operacional da empresa.
A Vale ainda aponta a possibilidade de um "risco reputacional" em caso de não atendimento das metas de redução de carbono fixadas para os próximos anos. Contudo, vem avançando no cumprimento dessas metas, segundo o seu Relatório de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade.
Metas
A mineradora pretende reduzir as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa em 33%, em comparação com o patamar de 2017, até 2030.
Essa redução já era de 26,9% em 2024. Por isso, a companhia também quer zerar as emissões líquidas -ou seja, atingir o "net zero"- até 2050.
Outra meta é usar 100% de energias renováveis em suas operações até 2030, o que já é uma realidade nas operações brasileiras.

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