Taxação dos super-ricos entra na pauta do Senado

Projeto que tributa offshores e fundos fechados deve ser votado na CAE na próxima terça-feira (21)

Author
Publicado em 17/11/2023 às 18:42h - Atualizado 10 meses atrás Publicado em 17/11/2023 às 18:42h Atualizado 10 meses atrás por user unknown
Pacheco confia na aprovação do projeto em plenário (Shutterstock)
Pacheco confia na aprovação do projeto em plenário (Shutterstock)

Conhecido como projeto de taxação dos super-ricos, o projeto de lei que tributa as offshores e os fundos exclusivos de investimento voltou à pauta do Congresso Nacional. O assunto deve ser votado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado na próxima terça-feira (17).

A taxação das offshores e dos fundos fechados foi proposta pelo governo federal em agosto e aprovada pela Câmara dos Deputados em outubro. Agora, precisa passar pelo Senado Federal para virar lei. O objetivo é que isso ocorra ainda em 2023. Por isso, nesta sexta-feira (17), a CAE incluiu o projeto na pauta da sua próxima reunião, marcada para terça-feira (21).

Leia também: Campos Neto diz que é importante "insistir na manutenção da meta fiscal"

No Senado, o projeto é relatado por Alessandro Vieira (MDB-SE). O senador pretende apresentar o seu parecer na segunda-feira (20) e não deve fazer muitas alterações ao texto que passou pela Câmara. A ideia é evitar mudanças de mérito, para que o projeto não tenha que ser votado pelos deputados novamente. 

Pacheco confia na aprovação em plenário

Se aprovado na CAE, o projeto seguirá direto para o plenário do Senado. E o presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já mostrou confiança na aprovação da proposta. "Acho que é um projeto sobre o qual não há tanta rejeição. Há uma compreensão", afirmou Pacheco, na quinta-feira (16).

Segundo o presidente do Senado, o texto pode passar por aprimoramentos na CAE e no plenário do Senado, pois ainda há algumas dúvidas em relação à taxação das offshores e dos fundos exclusivos de investimento, sobretudo no sentido de "evitar um exagero e um excesso de tributação". Ele disse, contudo, que o projeto "será votado e provavelmente aprovado".

O projeto é parte do plano de reorganização das contas públicas elaborado pelo Ministério da Fazenda. O objetivo da equipe econômica é elevar a arrecadação federal por meio dessa e de outras medidas para, assim, reduzir o déficit primário e perseguir a meta de déficit zero em 2024.

Entenda a taxação dos super-ricos

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados prevê a taxação das offshores, contas de investimento no exterior, e dos fundos exclusivos, que têm um número limitado de cotistas, a partir de 2024. Além disso, estabelece uma alíquota de 8% para quem quiser antecipar a atualização dos valores retidos nessas aplicações.

Pelo projeto, os rendimentos das offshores estarão sujeitos à uma taxação de 15% a partir de 2024. No caso dos fundos fechados, a taxação será de 15% para os fundos de longo prazo e de 20% para os fundos com até um ano de duração.

Os deputados fizeram concessões em relação às propostas apresentadas pelo governo. Inicialmente, o Executivo previa uma alíquota de 10% para a atualização das aplicações e alíquotas de 0% a 22,5% para a tributação anual.

O relator do projeto na Câmara, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), alegou que a redução da alíquota de regularização dos investimentos deve incentivar mais pessoas a atualizar os recursos, o que pode acabar elevando a arrecadação do governo.