Na contramão dos EUA, Argentina trabalha para retirar taxas internacionais

Compras de produtos do exterior tem crescido no país latino

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Publicado em 12/01/2025 às 08:00h - Atualizado 5 meses atrás Publicado em 12/01/2025 às 08:00h Atualizado 5 meses atrás por user unknown
Peso argentino é a moeda oficial (Imagem: Shutterstock)
Peso argentino é a moeda oficial (Imagem: Shutterstock)

Enquanto nos Estados Unidos se discute uma possível taxação de produtos oriundos do exterior, a Argentina vai no sentido contrário. Desde o fim do ano passado, o país vizinho derrubou o imposto geral de 7,5% sobre importações e também a taxa de 30% sobre compras feitas em cartão de crédito no exterior.

🛍️ Esse é um dos esforços do presidente Javier Milei na tentativa de promover uma abertura comercial nesta que é a segunda maior economia da América do Sul. Nos últimos meses, os argentinos também passaram a poder encomendar até US$ 3 mil em produtos do exterior, sendo que os primeiros US$ 400 são isentos de tarifas.

A novidade fez com que empresas estrangeiras passassem a olhar com mais atenção ao país. É o caso da Amazon, que já oferece frete grátis para diversos produtos vendidos em sua sucursal norte-americana.

A decisão do atual governo vai na contramão de outros diversos países que estão encarecendo as compras internacionais como forma de proteger a economia local. No ano passado, o governo brasileiro impôs diversas taxas para compras de produtos em sites estrangeiros -como Shein e Shopee- na tentativa de equiparar o pagamento de impostos que as varejistas locais devem pagar.

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Esse, inclusive, tem sido um alerta feito pelos especialistas para a Argentina que falam sobre um impacto na indústria doméstica com a chegada de produtos estrangeiros. O fato é que, cada vez mais, os argentinos estão vendo chegar produtos estrangeiros nas prateleiras dos supermercados.

Êxito

✈️ Se antes os brasileiros iam à Argentina para comprar produtos mais baratos, esse caminho mudou desde o ano passado. Agora, os argentinos vêm ao Brasil para economizar, considerando que o câmbio atual os favorece. E eles também vão ao Paraguai, Chile e até ao Uruguai.

Para se ter ideia, um Big Mac do McDonald 's é vendido por US$ 7,37 na Argentina, enquanto pode ser comprado por US$ 4,49 no Brasil. A diferença é ainda maior quando comparado aos produtos mais caros, como roupas de marca e os itens da linha Stanley também procurado pelos fãs do chá mate.

O governo destaca que os gastos dos argentinos no exterior estavam dentro das estimativas e que está tranquilo quanto a essa tendência. Na análise de Milei, os preços dentro do país devem cair nos próximos meses dada a concorrência mais aberta.

Brasil para férias

Um levantamento da plataforma Decolar mostra que o Brasil se tornou o principal destino internacional escolhido pelos argentinos para as férias de 2025. A procura pelas cidades brasileiras cresceu 140% entre 2023 e 2024, de acordo com o levantamento.

“O interesse crescente entre os argentinos para viajar ao Brasil é impulsionado pelo câmbio favorável, pela proximidade geográfica entre os países e pela ampla oferta turística, que torna o País economicamente mais atrativo para os turistas da Argentina", comentou Alex Todres, diretor-geral da Decolar, em entrevista à Abril.

A cidade do Rio de Janeiro é o foco da maioria dos turistas, com 40% das menções à pesquisa. Além dela, Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Maceió (AL), Porto de Galinhas (BA) e Natal (RN) também estão na lista.