Geração Z é impulsionada por redes sociais nos investimentos, aponta pesquisa

Uma pesquisa do Instituto CFA e da fundação FINRA mostrou como estão se comportando os jovens da Geração Z, com idades entre 18 e 25 anos, em relação aos investimentos. Segundo o relatório final, os indivíduos da Geração Z começaram a investir por conta do acesso a informações financeiras, principalmente por meio de redes sociais, aplicativos de investimento e a força do mundo cripto nos últimos anos.

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De acordo com a pesquisa, dois em cada cinco investidores da Geração Z nos EUA (41%), Canadá (41%) e Reino Unido (43%) e quase dois em cada três (60%) dos investidores da Geração Z na China citaram o 'FOMO' (Fear of Missing Out) como um fator na sua decisão de começar a investir.

O "FOMO" é o medo de perder oportunidades ou experiências vivenciadas por outros. Esse fenômeno ficou mais evidente com a força das redes sociais, nos últimos anos. No mercado financeiro, o "FOMO" acontece quando os investidores entram em determinado investimento ou tendência de mercado com medo de perderem potenciais ganhos, caso fiquem de fora. 

Paul Andrews, Diretor Geral de Pesquisa, Advocacia e Padrões do Instituto CFA, afirmou que esses novos participantes no mundo dos investimentos estão remodelando práticas, produtos e as plataformas utilizada para obter informações ou realizar investimentos. 

"O nosso estudo sublinhou até que ponto os seus hábitos de investimento diferem significativamente dos dos seus grupos de investidores antecessores. Uma série de fatores macroeconómicos e sociais, como o aumento da inflação, a crescente popularidade e acessibilidade das criptomoedas e os “influencers” das redes sociais, estão a ter um impacto profundo sobre como, onde e em que investem", disse Andrews.

Por outro lado, Andrews destacou que existem barreiras importantes que devem ser levadas em consideração para a Geração Z, quando o assunto é investimento. 

A falta de educação financeira é o principal ponto destacado por Andrews para os jovens tomarem decisões de investimento responsáveis.

O presidente da Fundação FINRA, Gerri Walsh, reforçou a fala de Andrews. 

“A população da Geração Z é diversificada e experiente digitalmente. Estão a utilizar a tecnologia móvel para entrar nos mercados financeiros em números sem precedentes e a consultar uma vasta gama de fontes de informação ao fazê-lo. É vital compreender as suas decisões de investimento e fornecer-lhes as ferramentas educacionais para se prepararem para essas decisões", disse Walsh. 

Números da Geração Z nos investimentos

O Canadá tem a maior proporção de pessoas da Geração Z que investem, com quase três em cada quatro (74%) afirmando possuir pelo menos um investimento, em comparação com mais de um em cada dois na China (57%) e nos EUA (56%) e 49% no Reino Unido.

Mais de quatro em cada cinco (82%) investidores da Geração Z dos EUA começaram a investir antes dos 21 anos, assim como 79% dos investidores canadenses e 81% dos investidores da Geração Z do Reino Unido. Em contraste, menos de dois terços (63%) dos investidores da Geração Z na China começaram a investir antes desta idade. Os investidores chineses da Geração Z, no entanto, têm os maiores saldos médios de investimento entre os mercados pesquisados.

Quase metade dos investidores da Geração Z dos EUA (48%) utilizam as redes sociais para aprenderem sobre investimentos. É a principal fonte de informações para investidores da Geração Z nos EUA, Canadá e Reino Unido. É a quarta opção mais popular para quem está na China, sendo a principal fonte de informação os aplicativos financeiros.

Por outro lado, a falta de poupanças é a principal razão citada pela Geração Z nos EUA, Canadá e China para não investir. No Reino Unido, por exemplo, não ter rendimento suficiente ou viver de salário em salário é a principal barreira para quem busca investir.

Mais de metade dos investidores da Geração Z nos EUA (56%), Canadá (56%) e Reino Unido (58%) afirmam que a falta de conhecimento sobre investimentos é um impeditivo ao investimento.

A pesquisa do Instituo CFA ouviu 2.872 investidores, incluindo investidores e não investidores da Geração Z (18 a 25 anos), bem como investidores da geração Y e da Geração X nos EUA, Canadá, Reino Unido e China.