FIIs e Fiagros ficam livres dos impostos criados pela reforma tributária, entenda

Congresso derrubou veto de Lula que colocava fundos na mira da CBS e do IBS.

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Publicado em 18/06/2025 às 07:12h - Atualizado 8 dias atrás Publicado em 18/06/2025 às 07:12h Atualizado 8 dias atrás por user unknown
Congresso ainda vai avaliar cobrança de IR sobre dividendos de fundos (Imagem: Shutterstock)
Congresso ainda vai avaliar cobrança de IR sobre dividendos de fundos (Imagem: Shutterstock)

FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) e Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) ficarão livres da cobrança dos impostos criados pela reforma tributária.

💲 A isenção foi garantida nessa terça-feira (17), depois que o Congresso Nacional derrubou um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que colocava os fundos no escopo da incidência da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).

A derrubada do veto foi negociada por parlamentares ligados ao agronegócio. O receio dos deputados e senadores era de que os FIIs e Fiagros perdessem atratividade com a cobrança dos impostos, o que poderia acabar reduzindo o financiamento do setor.

"Manter a isenção dos fundos é preservar um instrumento decisivo para o financiamento do agronegócio. Uma tributação nesse momento impactaria diretamente produtores e investidores", afirmou o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

Como explicado pela XP em março, FIIs e Fiagros são atualmente isentos da cobrança de Pis e Cofins. Contudo, ao regulamentar a reforma tributária que unifica esses e outros tributos sobre o consumo, o governo acabou classificando esses fundos como prestadores de serviços.

Isso faria com que FIIs e Fiagros tivessem que recolher CBS e IBS -os impostos criados pela reforma tributária, a fim de unificar a cobrança de outros seis tributos: PIS, COFINS, IOF-Seguros, IPI, ICMS e ISS. A tributação ocorreria sobre as receitas desses fundos, como aluguéis e transações imobiliárias, o que poderia elevar os custos para investidores e inquilinos, segundo a XP.

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IR ainda no radar

Vale lembrar, no entanto, que FIIs e Fiagros ainda podem ser alvo de outros impostos a partir de 2026.

🔎 Isso porque os instrumentos estão no escopo da MP (Medida Provisória) que muda a tributação das aplicações financeiras, apresentada na semana passada pelo governo como uma alternativa ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Pelo texto, os dividendos pagos por FIIs e Fiagros ficam sujeitos ao pagamento de 5% de IR (Imposto de Renda) a partir de 2026. Já a tributação sobre o ganho de capital obtido com esses investimentos cairia de 20% para 17,5%,

O Congresso Nacional, no entanto, também já mostrou resistência à MP. Por isso, ainda pode fazer alterações à proposta do governo.