Diretores do Fed não descartam nova alta de juros nos EUA

Segundo a ata do Fomc, vários diretores consideram a possibilidade caso os riscos inflacionários se agravem.

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Publicado em 22/05/2024 às 17:04h - Atualizado 10 meses atrás Publicado em 22/05/2024 às 17:04h Atualizado 10 meses atrás por user unknown
Federal Reserve vê caminho longo para cortar os juros americanos (Shutterstock)
Federal Reserve vê caminho longo para cortar os juros americanos (Shutterstock)

Dada a força da inflação americana, o Fed (Federal Reserve) vai levar mais tempo do que o esperado para cortar os juros e alguns de seus diretores não descartam apertar ainda mais a taxa caso os riscos inflacionários se agravem. É o que mostra a ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), publicada nesta quarta-feira (22).

📈 "Vários participantes mencionaram a disposição de apertar ainda mais a política monetária, caso os riscos para a inflação se materializem de uma forma que tal ação se torne apropriada", diz a ata do Fomc. 

Entre os riscos inflacionários apontados pelos diretores do Fed, está a possibilidade de que conflitos geopolíticos aumentem os preços das commodities, pressionem os custos de transporte e gerem gargalos de oferta.

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Juros altos por mais tempo

Apesar desses riscos, o Fed manteve os juros americanos entre 5,25% e 5,5% ao ano no último dia 1º de maio. O comitê mantém os juros neste patamar, o maior em 21 anos, desde julho de 2023 para tentar levar a inflação dos Estados Unidos à meta anual de 2%. 

A inflação americana, no entanto, acelerou nos últimos meses. Por isso, o Fomc falou em "falta de progresso em direção da meta" na ata da última reunião.

💲 Diante disso, o Fed reforçou que os cortes de juros vão demorar mais do que o esperado nos Estados Unidos. A expectativa do mercado era de a taxa começasse a cair em março, mas essa projeção passou para junho, agora se concentra em setembro, mas alguns analistas já olham para novembro. 

Segundo a ata do Fomc, os diretores do Fed observaram que os dados recentes de inflação "não aumentaram a sua confiança no progresso para a meta de 2% e, consequentemente, sugeriram que o processo de desinflação provavelmente levaria mais tempo do que se pensava anteriormente"

Logo, observaram também que demoraria mais tempo do que o previsto para o comitê sentir-se confiante de que a inflação está caindo de forma sustentável em direção à meta e, assim, cortar os juros.