Com dívida de R$ 1,4 bilhão, Vasco pede recuperação judicial

Clube passa por reestruturação desde o ano passado

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Publicado em 25/02/2025 às 08:05h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 25/02/2025 às 08:05h Atualizado 3 meses atrás por user unknown
(Imagem: shutterstock)
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O Vasco da Gama entrou com um pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (25). O clube carioca pede proteção para dívidas que somam R$ 1,4 bilhão.

⚽️ Segundo a direção da SAF (Sociedade Anônima de Futebol), o pedido é necessário para manter a segurança jurídica e dar previsibilidade ao clube. Também é esperado que haja espaço para uma negociação com credores “pautada na sustentabilidade”, conforme nota da empresa.

“Decisões difíceis, mesmo quando amargas e impopulares, não diminuem a convicção e determinação da atual administração de enfrentar esse desafio de maneira firme e responsável”, disse a direção da SAF por meio de nota.

Desde a metade do ano passado, o clube vem passando por uma reestruturação financeira, quando a Associação Club Resgatas Vasco da Gama retomou a direção do time. Os investidores, que tinham comprado 70% das ações da SAF, foram afastados pela Justiça, depois de acusados de que não conseguiram arcar com as parcelas do contrato de aquisição.

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O Vasco é um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro, com a quinta maior torcida do país, segundo o ranking Raio X do Torcedor. Atualmente, o clube ocupa uma das vagas da série do Campeonato Brasileiro de Futebol.

“O CRVG e a VascoSAF reafirmam que as operações do dia a dia e os investimentos no futebol continuarão, assim como o pagamento em dia dos salários dos profissionais, atletas e demais obrigações”, finaliza o comunicado.

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O Vasco não é o único clube brasileiro a recorrer a RJ para se proteger de dívidas. Nós últimos meses, diversas equipes entraram com pedidos na Justiça, caso do Cruzeiro, que o fez no ano passado.

Segundo especialistas, porém, não há um entendimento claro da Justiça sobre a possibilidade de um clube recorrer a RJ. No entanto, na maioria dos casos, sendo SAF ou não, os juízes têm dado prosseguimento aos pedidos.

“A partir do momento em que a recuperação judicial é aceita pelo poder judiciário, há um deslocamento do centro de tomada de decisão, de modo que o clube passa a estar sujeito à fiscalização judicial, o que se faz mediante o apoio de auxiliares, como um administrador judicial”, diz Daniel Yarshell, sócio do Yarshell Advogados, em entrevista ao site Inteligência Financeira.

Desta forma, o clube goza de um período de proteção contra as dívidas dentro do qual pode se organizar financeiramente para arcar com os compromissos. Para isso, os clubes necessitam apresentar condições claras de que podem se reerguer financeiramente.