Carrefour Brasil dá adeus à Bolsa: veja o que motivou a saída após anos de perdas
Após uma passagem de oito anos, a companhia se despediu com uma perda de 44% em valor de mercado.
As ações do Carrefour (CRFB3) disparavam nesta terça-feira (20), após divulgação dos resultados da empresa no quarto trimestre de 2023. Por volta das 10h, os papéis registravam alta de 9,59% a R$ 11,88. O resultado da companhia foi divulgado um dia após a morte de Abílio Diniz, empresário que fundou o Grupo Pão de Açúcar.
Apesar do prejuízo contábil, analistas avaliam que o futuro da companhia pode ser positivo.
🎉 “O Carrefour entregou um resultado fraco, marcado pela continuidade dos impactos da deflação alimentar e da redução do parque de lojas no top-line, enquanto o Atacadão entregou uma leve melhora em sua rentabilidade", avaliou a Guide Investimentos.
"Os resultados podem assustar à primeira vista, mas a iniciativa é benéfica no médio prazo, já que a companhia está focada em recompor a rentabilidade neste ano ”, acrescentou.
Leia também: Carrefour (CRFB3) fecha lojas e tem prejuízo em 2023
Já a XP Investimentos (XPBR31) analisou os dados como mistos. “Com a deflação alimentar e fechamento de lojas pressionando a performance de receita e lucro, mas melhorando a rentabilidade no business core. Com 123 fechamentos de lojas com a maior parte das despesas não recorrentes sendo registradas nesse trimestre, enquanto os ganhos a nível do EBITDA devem chegar a R$200 milhões/ano", explicou.
A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 795 milhões em 2023, ante ganhos de R$ 1,73 bilhão em 2022. Segundo comunicado da companhia, os lucros foram influenciados pelos custos, despesas e impactos contáveis do fechamento de lojas físicas.
Por outro lado, as vendas brutas foram de R$ 31,1 bilhões, uma queda anual de 1,2% afetadas pela deflação alimentar em 2023. O Ebitda ajustado - indicador de caixa operacional, foi de R$ 1,875 bilhão, com recuo anual de 5%.
O Carrefour informou ainda que os cargos ocupados por Diniz ficarão vagos e que irá vender ou fechar cerca de 123 estabelecimentos em 2024. No quarto trimestre do ano passado foram fechados 11 supermercados e, ao final de janeiro de 2024, outros 93 pontos de venda.
Após uma passagem de oito anos, a companhia se despediu com uma perda de 44% em valor de mercado.
A decisão foi aprovada em assembleia geral ordinária que aconteceu em abril.