Banco do Brasil (BBAS3) assina acordo de US$ 700 mi com apoio do Banco Mundial
O contrato prevê uma exposição máxima da MIGA de até US$ 700 milhões em três anos, com prazo de até 12 meses por desembolso.
🚨 O Banco do Brasil (BBAS3) entrou no radar de cautela da XP Investimentos (XPBR31). A corretora anunciou na última sexta-feira (30) o rebaixamento da recomendação para os papéis do banco de "compra" para "neutro", além de um corte relevante no preço-alvo, que caiu de R$ 41 para R$ 32.
A decisão foi acompanhada pela revisão das projeções de lucro líquido da instituição financeira. A XP reduziu suas estimativas em 29% para 2025 (de R$ 39 bilhões para R$ 28 bilhões) e 28% para 2026 (de R$ 41 bilhões para R$ 30 bilhões).
"O Banco do Brasil colocou as principais linhas de guidance para 2025 como ‘em revisão’, o que, na nossa avaliação, adiciona incerteza e contribui para uma desancoragem das estimativas para o ano", destaca o relatório da XP.
Segundo a casa, a decisão reflete uma combinação de fatores negativos:
Apesar da piora nas estimativas, o consenso de mercado ainda prevê um lucro líquido de R$ 35 bilhões para o Banco do Brasil em 2025 — número que, na visão da XP, tende a ser ajustado para baixo à medida que as informações mais conservadoras da gestão forem incorporadas pelos investidores.
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Um dos pontos de maior atenção para a XP é o desempenho da carteira de crédito do agronegócio, que apresentou crescimento acelerado. Entre 2018 e 2024, essa carteira praticamente dobrou, atingindo R$ 365 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
Contudo, a inadimplência começa a preocupar. O índice de atrasos acima de 90 dias subiu de níveis historicamente baixos — menos de 1% — para 3% nos primeiros meses de 2025.
"A qualidade do crédito apresentou deterioração em vários indicadores no 1T25, com destaque para o segmento agro", alerta o relatório.
Essa deterioração contrasta com a estratégia recente do banco de expandir sua exposição ao setor, considerado por muito tempo um dos mais seguros para concessão de crédito.
❌ O histórico mostra que os papéis do Banco do Brasil costumam ser sensíveis ao calendário eleitoral, com investidores apostando em movimentos de valorização à medida que as eleições se aproximam. Ainda assim, a XP pondera que essa tese nem sempre se traduz em retornos consistentes.
"Reconhecemos que os papéis podem se beneficiar da proximidade das eleições, e o valuation ainda descontado pode ajudar. Mas o ambiente operacional permanece desafiador, e preferimos focar nos fundamentos", dizem os analistas.
A XP reconhece que o valuation atual das ações é atrativo, mas adota uma postura mais conservadora diante dos desafios macroeconômicos e setoriais:
Com isso, a corretora acredita que o momento é de cautela. A recomendação neutra indica que, na visão da XP, os papéis devem apresentar desempenho semelhante ao do mercado como um todo, sem perspectiva clara de superação nos próximos meses.
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O contrato prevê uma exposição máxima da MIGA de até US$ 700 milhões em três anos, com prazo de até 12 meses por desembolso.
A queda das ações, que já acumula 26% no ano, reacendeu o debate: trata-se de um exagero do mercado ou de uma correção justificada?